Test-drive.
O Jeep Renegade, o “queridinho” do mercado brasileiro, me mostrou rapidamente, neste primeiro contato, as razões pelas quais ele caiu no gosto do consumidor brasileiro.
Antes de dirigir, sempre achei que ele fosse duro e me surpreendi antes da primeira curva. A suspensão é rígida, mas não desconfortável. Apesar de alto, o Renegade não balança de lado nas curvas e nas curvas. O comportamento dinâmico está mais para sedã que para SUV.
Nesta versão Sport 4×2, o motor 1.8 remapeado responde bem, ajudado pelo câmbio automático de seis marchas, mas não é um “atleta de ponta”, faz bem o papel do esportista de final de semana. O sistema start-stop funciona bem e favorece ao consumo relativamente baixo (para o porte do carro). Para os saudosos do Mitsubishi TR4 (fora de linha), que adotarem o Renegade, vão se surpreender com o baixo consumo.
O acabamento interno é muito bom, com materiais de boa qualidade. Surpreende o silêncio a bordo (mais uma vez, no padrão dos sedãs de luxo). O espaço interno é ótimo para quatro, mas o quinto passageiro que viaje no meio do banco de trás não se sentirá no sofá de casa…O computador de bordo tem boas funcionalidades, incluindo um conveniente sensor de posição traseiro e monitor de pressão dos pneus.
A carroceria é muito bem estampada e transmite robustez. O porta-malas decepciona, é pequeno para o tamanho e proposta do carro. Um volume grande seria ganho com a adoção de um estepe fino, só para as emergências. Faz mais sentido nesta versão que não vai encarar trilhas em offroad.
O pacote de acessórios desta versão (a de entrada em 2017 para o grande público) é bem grande e supera os concorrentes diretos (veja o post que comparei alguns novos e outros usados).
Mimos eletro-eletrônicos, como o farol de neblina que acende de um lado quando você está manobrando o carro em uma vaga, estão por todo o carro. No “conjunto da obra” o Renegade me agradou muito.
Não gostei, entretanto, que já na primeira semana de uso apareceu um barulho (aparentemente na suspensão), o que foi comunicado à FCA quando fez o check de satisfação do cliente. Passadas mais de três semanas, nenhuma providência ou retorno foi dado (a FCA é a controladora da Jeep, Fiat, Chrysler, etc).
Também não gostei da postura da concessionária AGO (na Barra, Rio de Janeiro, que fez a venda à moda antiga, tentando “empurrar” inutilidades na hora da venda – a proibida venda casada). Deslizes como estes podem comprometer a imagem da marca Jeep e a que o Renegade já conquistou.