SUV, Crossover, novo ou usado?

Com a grande variedade de opções, tomar a decisão de que carro comprar parece cada vez mais difícil.

Vários são os fatores a serem levados em conta, alguns bem tangíveis, como: preço de compra, custo do IPVA, custo do seguro, custo de manutenção, depreciação, liquidez e tempo de garantia. Outros, ainda que tangíveis, são de valoração mais subjetiva ou difícil, tais como: prazer ao dirigir, robustez, praticidade, adequação ao uso, acabamento, etc.

Neste cenário fiz a comparação entre muitas alternativas, mas destaco as seguintes opções, em ordem alfabética:

Chevrolet Tracker 1.4 turbo flex automático 6 marchas 2017 4×2 0 km

Jeep Cherokee Sport V6 3.6 gasolina automático 4 marchas 2012 4×4 usado

Jeep Renegade Sport 1.8 flex automático 6 marchas 2016-17 4×2 0 km

Mitsubishi Dakar 3.5 V6 flex automático 4 marchas 2012 4×4 usado

Nissan Kicks 1.6 flex automático CVT 4×2 2016-17 0 km

Renault Duster 2.0 flex automático 4 marchas 2016-17 4×2 0 km

VW Jetta Variant 2.5 gasolina automático tiptronic 2011-2012 usado

Vou resumir a análise que fiz, para tomar a decisão de qual seria o mais conveniente de comprar, tendo o usuário o seguinte perfil: jovem empresário de menos de 30 anos, que trabalha em home office, usa o carro para se deslocar na cidade e para passeios eventuais no final de semana. Leva equipamentos de filmagem caros no carro.

  • Chevrolet Tracker 1.4 turbo flex automático 6 marchas 2017 4×2 0 km

O novo motor 1.4 turbo, moderno e econômico, trouxe novos ares para o Tracker. A frente redesenhada espelha a modernidade do motor e transformou o esquecido crossover em uma alternativa interessante. Entretanto ele, no Rio de Janeiro, parece “cabeça de bacalhau”. Não existem quase Trackers a venda e os poucos anunciados têm preços que superam os R$ 85 mil. A desvalorização dos modelos 1.8 de anos anteriores é grande. Na concessionária Chevrolet de Botafogo, no Rio, não havia nenhum Tracker em exposição, nem nenhum vendedor que conhecesse o produto. Fui embora sem conhecer nada do carro.

  • Jeep Cherokee Sport V6 3.6 gasolina automático 4 marchas 2012 4×4 usado

Fiz um test drive neste carro em 2014. O sólido jipão, não me empolgou no desempenho, mas certamente esbanja robustez e competência em fora de estrada. O ótimo acabamento é outro ponto alto. Há muitos no mercado que começaram a ser usados em 2014 e, portanto, estão ainda com baixa quilometragem. São ótima opção de compra, mas os melhores à venda tem preços altos (perto de R$ 70 mil) e sempre trazem as incertezas de se comprar um carro usado, do qual não se conhece a história. O câmbio automático de 4 marchas é compensado pelo “torcudo” motor V6. A manutenção é cara e o seguro alto para o perfil de usuário descrito. Com paciência, atenção e dinheiro no banco se conseguem boas opções. Eles já atingiram um ponto de desvalorização que não “despencará” mais de preço nos anos seguintes.

  • Jeep Renegade Sport 1.8 flex automático 6 marchas 2016-17 4×2 0 km

O Renegade é um sucesso de vendas desde o seu lançamento e já teve algumas atualizações mecânicas em 2017. O motor, agora com 139 HP, conta com sistema start-stop, o que ajuda na economia de combustível. O padrão de acabamento é ótimo e o silêncio a bordo é digno de um sedã de luxo. Tem garantia de 3 anos e a rede de assistência técnica se amplia rapidamente, seguindo o sucesso de vendas. Detalhes como o retrovisor de duas faces, sensor de ré, porta-objetos sob o banco do passageiro, repetidor de seta no retrovisor, sistema de conexão por bluetouth que permite atender o celular e ouvir as suas músicas sem tirar as mãos do volante. A credibilidade da marca ajuda na liquidez e no bom valor de revenda. O espaço interno é bem grande, mas o pequeno porta-malas é o ponto fraco para quem tem família grande. É fácil encontrar exemplares na casa dos R$ 81 mil.

  • Mitsubishi Dakar 3.5 V6 flex automático 4 marchas 2012 4×4 usado

O “trator” da “Mit” é uma unanimidade. Beleza, confiabilidade, espaço e robustez são as qualidades mais citadas por seus usuários. O motor V6 flex ajuda bastante na imagem (o diesel não empolga os usuários…). A tração 4×4 permite aventuras radicais. Fabricado no Brasil e dividindo peças com as picapes da marca, tem cesta de peças com preços competitivos. Uma terceira fileira de bancos está disponível em vários exemplares, ou, na falta deles, há um porta-malas em que cabe “o mundo”. Grande e pesado, o consumo é elevado. O seguro (para o perfil citado) atinge valores estratosféricos. Por ser muito capacitado ao fora de estrada, não é fácil achar um exemplar que não tenha sido “depurado na lama”. Por ser um usado já fora de garantia de fábrica, há as incertezas de sempre de se comprar um carro usado, do qual não se conhece a história. O valor está no entorno dos R$ 75 mil. Eles já atingiram um ponto de desvalorização que não “despencará” mais de preço nos anos seguintes. Tentador, mas arriscado.

  • Nissan Kicks 1.6 flex automático CVT 4×2 2016-17 0 km

Fui à das poucas concessionárias Nissan do Rio para conhecer o Kicks. O preço de R$ 85 mil para a versão mais barata com CVT não me apeteceu nem fazer um test-drive. O acabamento é bom e o espaço interno também. O porta-malas é bem espaçoso e com bom acesso. Há pouca eletrônica embarcada, se comparado aos rivais diretos. O desenho bonito e marcante é um atrativo, mas poderá cansar o mercado rapidamente. O pequeno número de concessionárias no Rio é assustador (a assistência técnica será dividida com o popular March).

  • Renault Duster 2.0 flex automático 4 marchas 2016-17 4×2 0 km

Já publiquei dois posts elogiosos ao Duster 1.6 mecânico aqui no blog. Espaçoso e barato, ele é não tinha concorrentes no mercado. A versão 2.0 é a antítese da 1.6. Ele é cara e antiquada. Com preço “com desconto” de R$ 85 mil, o Duster 2.0 não atrai compradores. Sua confiabilidade e robustez enfrentam o desenho anacrônico e de gosto duvidoso. Seu câmbio automático de 4 marchas é ainda mais anacrônico que o design e irrita os usuários (o bom motor 2.0 não é capaz de compensar a falta de escalonamento adequado das marchas). A versão vende pouco, pois oferece pouco para o muito que custa.

  • VW Jetta Variant 2.5 gasolina automático Tiptronic 2011-2012 usado

Competindo em espaço e praticidade com os SUVs e Crossovers, a “perua alemã” é desprezada pelo mercado. Seu irmão (Jetta sedã) faz mais sucesso, mas ela tem as mesmas qualidades dinâmicas da família e ainda conta com um porta-malas enorme. Prática e confiável ela é uma boa opção de compra, mas como já está fora do período de garantia e a cesta de peças é bem cara, a sua compra se torna de grande risco. Os preços oscilam na faixa dos R$ 60 mil. O seguro é muito caro e são poucos exemplares disponíveis no mercado de usados, o que a torna uma opção difícil de ser realizada com sucesso.

Neste cenário acabei optando pela compra de um Jeep Renegade Sport, 1.8 flex, automático, 6 marchas, 2016-17, 4×2, metálico, com preço de R$ 79,5 mil. Meu filho ficou bem satisfeito com o carro….