Mais um conhecido procurando um crossover 0 km…

Meu amigo A.T. me escreveu na dúvida sobre que carro comprar para a mulher (eles têm dois filhos pequenos). Ele está na dúvida entre um Honda HR-V e um Hyundai Creta.

Meu caro, escrevi dia 14Jan2018 um post para um conhecido que tinha um problema parecido, mas que usaria a isenção tributária para PCDs. Não é o seu caso, assim ajusto a resposta para o caso da sua família.

A esposa dele fez um test-drive no Jeep Compass e o achou grande. Neste caso o Honda HR-V é 12 cm mais curto e 5 cm mais estreito. Uma boa diferença para a hora de estacionar, que se reflete, naturalmente, no espaço interno também. O Creta é 15 cm mais curto e 4 cm mais estreito que o Compass, o que se reflete em ainda mais facilidade para entrar numa vaga.

O Hyundai Creta foi lançado há pouco tempo. É um sucesso de venda, mas tem desenho bem conservador. Parece um carro novo de cinco anos atrás. O Creta oferece bom espaço interno, tem um câmbio automático de seis marchas bem moderno, mas dependendo da versão, pode ter um acanhado motor 1.6 ou um 2.0 sedento. Também pode não ter opção de trocas manuais no câmbio.  O 1.6 não é um motor muito experimentado, mas não há reações negativas a ele no mercado. O acabamento construtivo e do interior é correto.

O HR-V tem um ótimo e experimentado 1.8, acoplado a um moderno câmbio CVT de 7 marchas pré-determinadas. O mercado ainda reage a estes câmbios (eu gosto muito). Dependendo da versão também pode não haver opção de trocas manuais. O carro é um campeão de vendas e, por isto, caro e difícil de se fazer negociação nas concessionárias. A construção e o acabamento são melhores que o Creta, ainda que, dependendo da versão, a aparência interna beire o espartano (bem à japonesa).

Comparando com o Creta, na hora da revenda o Honda terá perdido menos valor. Fique atento ao preço e à frequência das revisões obrigatórias. O Creta tem garantia parcial de 5 anos. O HR-V tem garantia parcial de 3 anos. Para mantê-las, todas as revisões programadas devem ser feitas.

Como já disse em outros posts, a escolha de um carro é muito pessoal e deve atender às preferências da família (critérios objetivos e subjetivos). Fazer um test drive nos dois carros é fundamental e comparar as relações de custo/benefício de cada um deve ser um fator decisivo. Uma tabela de “deve ter” e de “não pode ter” pode mitigar frustrações futuras.

Para botar pimenta no assunto, repito os comentários finais de 14Jan:

“O Jeep Renegade tem espaço interno semelhante ao do Creta, motor 1.8 mais potente e muito confiável (derivado dos super experimentados 1.8 da Fiat) e câmbio automático de seis marchas muito bem escalonadas. O padrão de acabamento é bem superior aos do Nissan Kicks e do Creta, e conta com um projeto bem moderno e uma marca de notória aceitação no mercado…

Não posso deixar de citar o pequeno e ex-queridinho do Brasil, o Ford Ecosport, ele agora é equipado com um moderno motor 1.5 de três cilindros, mais potente que os 1.6 do Kicks e do Creta. O acabamento está melhor e agora ele também tem um bom câmbio automático de seis marchas (a Ford abandonou no Ecosport o problemático câmbio automatizado que equipou a linha Ford durante vários anos (do Fiesta ao Focus). Não escolheria ele, mas não deve ser desprezado…

Por fim, vale lembrar o revitalizado (e bem melhorado) Chevrolet Tracker. Nele foi feito um “facelift” que melhorou a aparência externa e trocado o motor, por um moderníssimo 1.4 turbo, econômico e potente. O câmbio é de seis marchas, o espaço interno é pequeno e o acabamento razoável. Merece estar na lista, pela ótima aceitação da marca e pelo sucesso que está fazendo este motor no mercado (o charme dos turbos…).”

Boa sorte na escolha.