Entrar no Voyage 2018 é como entrar no Tunel do Tempo. O carro parece ter saido de fábrica há mais de 15 anos…mas ainda não completou um ano de uso. Carro de locadora, com 21 mil quilômetros rodados, o VW mostra que, apesar de seu anacronismo, continua tendo qualidades.

Não há ruídos na suspensão, nem no motor, nem na transmissão, nem nos acabamentos da carroceria. Tudo funciona perfeitamente. O acabamento já foi mais cuidado, com materiais aparentando melhor qualidade e encaixes mais bem feitos, mas nada chega a ser grosseiro. O ar espartano impressiona negativamente.

Travas elétricas, vidros elétricos na frente, e rádio (de som medíocre) formam o “pacote de conforto”. E ponto. Precisei lembrar onde colocava a chave, pois não há abertura à distância das portas (só faço isso hoje em dia no meu Opala 1978…). O painel com iluminação vermelha dá um toque esportivo, que não combina com a proposta do carro.

A direção hidráulica é precisa e transmite segurança, o volante tem bom desenho, mas pega estranha. Não há qualquer comando no volante além da buzina. O console, que sobe até o painel, interfere com a perna do motorista.

O tecido dos bancos é feio e aparenta má qualidade. Os plásticos dos paineis das portas idem. Tudo denota um carro MUITO barato, o que o Voyage 1.6 está longe de ser (a fama de robusto garante compradores, principalmente os profissionais e preços relativamente altos). É um tipico carro para locadoras (que devem comprar os VW a preços menores que os da tabela).

O motor 1.6 não traz novidades. É torcudo e faz o Voyage se sair bem em retomadas e acelerações, nada que um 1.4 mais moderno não faça igual e com mais economia de combustível, mas, novamente, para aplicações profissionais ele desempenha bem o seu papel.

O porta-malas é espaçoso para um sedã pequeno (a mala que aparece na foto é uma mala de bordo), já o espaço interno para cinco é limitado. Quatro viajam bem acomodados.

A VW precisa de um representante à altura de seus projetos mais modernos, como o UP e o Golf, na categoria dos sedãs pequenos.