Meu amigo Paulo adiou, mas agora decidiu trocar o Siena da esposa por um sedã compacto, automático e 0km.
Ele estava pensando num Hyundai HB20S, mas a esposa viu as estatísticas de roubo no Rio e não quer nem saber do HB20S. Assim, vamos por partes. Sendo as referências de comparação o Siena (que ela tinha) e o HB20S (que ele pretendia comprar), podem ser lembrados seis concorrentes, todos sedãs compactos.
Dei logo a sugestão do Honda City DX (a versão de entrada, que tem acabamento espartano). O modelo 2017 automático pode ser achado por R$ 66 mil. O City é baseado no campeão de venda Honda Fit. O Fit não é um best-seller desde seu lançamento em 2003 por acaso. Sólido, confiável, incrivelmente econômico e gostoso de dirigir, é uma opção para a família. O City, que não faz o mesmo sucesso no mercado como o Fit, herdou suas principais características. É confiável, econômico, pratico na cidade, versátil para levar cargas (bancos se rebatem em diversas configurações) e conta com três anos de garantia razoável rede de assistência técnica.

City DX – Foto Honda
Numa faixa de preço que começa mais em baixo (R$ 57 mil) pode ser comprado no Rio o Chevrolet Prisma LT, que tem um simpático painel digital, motor flex 1.4 bastante confiável, mas de desempenho inferior ao Honda, ótimo câmbio automático de seis marchas, bom espaço interno, porta-malas maior que o Hyundai e conta com enorme rede de concessionárias e garantia de três anos. Para o meu gosto, perde no design. A versão LTZ, mais completa, começa em R$ 64 mil.

Prisma LT – Foto VVL Chevrolet
Na faixa de preço um pouco acima (R$ 68 mil) pode ser comprado no Rio o confortável (e ex-esquisitão) Chevrolet Cobal Elite na sua versão 2017, que tem um simpático painel digital, motor flex 1.8 bastante confiável, consumo elevado, bom desempenho, ótimo câmbio automático de seis marchas, ótimo espaço interno, porta-malas bem maior que o Hyundai e também conta com enorme rede de concessionárias e garantia de três anos. Para o meu gosto, perde no design, mas é o queridinho dos taxistas.

Cobalt Elite 2017 – Foto Chevrolet
Voltando para a faixa de preço mais baixa, um competidor é o Renault Logan. Ele pode ser encontrado no Rio por R$ 53 mil. Tem melhor espaço interno que o HB20S, melhor porta-malas, um ótimo e confiável motor 1.6 flex, suspensão e carroceria bem adaptadas às estadas brasileiras, acabamento interno razoável, boa rede de concessionárias, manutenção barata e garantia de fábrica de três anos. O ponto fraco é o câmbio, que é automatizado e não automático. Já há muitos relatos de falhas deste sistema (é o câmbio manual da Renault com um sistema de automação eletro-mecânico acoplado), que repetem os fracassos da Chevrolet, Ford e VW neste tipo de câmbio, que contaminaram a credibilidade deles no mercado (apesar dos espetaculares câmbios automatizados da Audi, Ferrari, etc).

Logan – Foto Renault
Outra opção é o Toyota Etios, ele tem motor 1.5 e um anacrônico câmbio de quatro marchas. Segue a filosofia japonesa para carros “populares”, ou seja, confiável, mas absolutamente espartano. Não tenho qualquer experiência com este carro, mas alguns usuários que são donos de versões manuais acham o carro sem graça. Serve para quem precisa de um meio de transporte confiável e não tem prazer de dirigir. O painel central é quase uma unanimidade negativa, quase ninguém gosta. O preço no Rio sai por R$ 58 mil. Ele tem garantia de 3 anos e razoável rede de assistência técnica. A marca Toyota, amada no Brasil pela fama do Corollas e do RAV-4, enfrenta alguma rejeição por conta do Etios (design, câmbio e acabamento são os pontos fracos).

Etios 2018 – Foto Sorana Toyota
Não poderia deixar de citar o Nissan Versa. Este japonês de plataforma francesa (ou vice-versa) usa motor 1.6 derivado da Renault e tem um moderno câmbio automático CVT. Espaçoso e bem acabado, com ótimo porta-malas e muitos mimos eletrônicos, o Versa peca no design. O jeito esquisitão não o deixou decolar no mercado, ainda que seu preço (R$ 57 mil na versão SV) o coloque entre os mais atraentes nesta categoria. Cabe lembrar que apesar de ter três anos de garantia, o número de concessionárias no Rio é incompatível com as vendas da marca.

Versa SV – Foto Nissan
Para concluir, minha escolha recairia sobre o Honda City, apesar de ser dos mais caros, é o que oferece melhor relação custo-benefício. Como sempre, destaco que esta é uma decisão muito pessoal e novamente recomendo que o Paulo e a esposa façam test-drives com todas as suas alternativas antes de decidir.
Boa sorte!