Nos meses de Maio de 2014 e 2016, publiquei avaliações de dois Focus similares, mas as modificações feitas pela Ford com relação ao carro de 2014, tornaram o Focus 2.0 um carro diferente, mais bonito e bem mais agradável de dirigir. Os defeitos continuam os mesmos…
Este é o Focus 2017 que avaliei agora.
Este avaliei em 2016. Quase iguais.
Usei o Focus por uma semana e mais de 900 km no Texas. Os mais atentos devem lembrar que o anterior já era FLEX e eu estava no Texas… isto mesmo. Lá já é comum ver carros flex e não é difícil encontrar postos de combustível com o E85 (85% de etanol).
Esta versão SE do Focus é equipada com um câmbio de seis marchas de dupla embreagem. Apesar de ser a mesma versão SE do Focus avaliado anteriormente, esta tinha pequenas diferenças. Nada de muito significativo. O Ford Focus que a locadora me entregou, estava com pouco mais de 21.000 km rodados quando comecei a dirigi-lo.
O carro continua bem esperto e responde muito rápido ao acelerador. Dá prazer de dirigir. A direção hidráulica é precisa, mas não é um destaque, comparando com outros carros da mesma categoria.
Não há mais nesta versão SE a opção de mudar do modo D (Drive) para o S (Sport) na seletora do câmbio. Também não é possível fazer trocas manuais de marchas. Já o câmbio de 6 marchas é bem escalonado e ajuda a manter o motor sempre cheio. Partindo da imobilidade já se apresentava aquela patinada “tradicional” destes câmbios automatizados da Ford, que fizeram a sua má fama no mercado. Há uma certa lentidão ao partir, mas logo em seguida câmbio e motor se acertam e o Focus parte furioso. Chega aos 100 km/h em menos de 8 segundos. Um exemplo para os sedãs brasileiros….
Permanece o botão de auxílio para a descida de rampas. Útil para quem vai trafegar nas serras.
O motor 2.0 com injeção direta é um avanço com relação ao bom motor de 2014. Também é silencioso em baixas rotações, mas mostra um ronco grave e agradável ao ser “acordado” por um pé direito pesado. As acelerações são muito rápidas e o consumo de combustível é muito bom. No trânsito pesado de Houston o Focus fez uma média superior a 13 km/l de gasolina (na verdade não sei o que estava no tanque cheio quando peguei o carro na locadora). Desta vez não abasteci com o E85, só com gasolina.
O Focus continua tendo carroceria bem construída e estrutura bastante rígida. Materiais de boa qualidade e bem encaixados causam boa impressão aos usuários. Mas está todo mais simples que a versão de 2014. Ganhou uma tela no centro do painel para o som e a câmera de ré. Bem útil, mas há que se ter cuidado com as indicações, pois nas manobras em curva a imagem mostra faixas pelas quais você pode passar e na verdade o carro irá raspar no obstáculo.
A suspensão continua macia, sem comprometer a estabilidade. O carro se comporta bem em altas velocidades em estradas abertas (pouco efeito de ventos laterais) e é bom de curva (muito melhor que o Corolla, por exemplo, seu concorrente direto).
O acabamento interno é bom, com bancos de tecido (neste caso, claros e nada práticos) e muitas firulas eletrônicas, mas não existem mais os charmosos spots de led, distribuídos em pontos estratégicos para motorista e passageiros.
O desenho da traseira garante o porta-malas espaçoso, mas a tampa é pequena, dificultando o acesso. O banco traseiro rebatível 1/3-2/3 aumenta a possibilidade de levar cargas longas.
Pontos fortes – desempenho, comportamento dinâmico, funcionalidade, consumo, eletrônica embarcada, desempenho do conjunto motor-câmbio, desenho da carroceria (já está na hora de atualizar).
Pontos fracos – embreagem patinando aos 21.000 km, espaço para as pernas no banco traseiro.