Renault Logan, 1.6 flex, 2016/2017, manual de 5 marchas.

Na direção – A direção hidráulica do Logan é mais pesada do que os carros do segmento, mas segue a linha da Renault e tem as mesmas características dos Sandero Stepway 1.6 e 1.0 que avaliei aqui no BLOG. A pega do volante é boa. A direção, além de ser bem direta, transmite pouco as irregularidades do solo e é ajudada pelo bom acerto da suspensão, ou seja, não dá solavancos ou barulhos. A posição de dirigir é boa, bem elevada, com regulagem de altura do banco do motorista e de inclinação na coluna de direção. O rodar é silencioso, seguro e agradável, mesmo em pisos irregulares.

Logan Frente

Do motor e câmbio – O motor de quatro cilindros, 1.6 flex, decepciona, pode ser bem ouvido de dentro da cabine, mesmo em baixas rotações. O câmbio manual de cinco marchas não consegue tirar a sensação de “buracos” entre as marchas e o Logan custa a embalar. O trambulador, mais preciso que o do Sandero 1.0 (2015), já não requer atenção nas trocas de marchas esticadas. Manter o motor “cheio” é fundamental para não se experimentar a sensação de falta de força nas rotações mais baixas, pois a resposta é “borrachuda”.

Logan traseira

Para o uso familiar, o Logan se encaixa muito bem, mas a proposta de baixo custo do seu lançamento ficou para trás. Já a robustez e o conforto do carro compensam. Queimando mistura de etanol /gasolina (em carro alugado não sei a proporção que estava no tanque) e no trânsito de Brasília, a média de consumo ficou perto de 13 km/l, excelente para o porte, categoria e proposta do carro.

Da suspensão e do chassis – A suspensão é bastante firme e ágil, sem ser desconfortável, passa uma sensação de segurança e robustez acima da média do segmento. Aos 14 mil quilômetros rodados na mão de muitos motoristas (carro de locadora), ela ainda está em ótimo estado e não há ruídos dentro do carro.

Do acabamento e conforto – O acabamento é muito simples, mas com o visual interior bastante melhorado, se comparado às versões anteriores do Logan e do Sandero, agora está mais elegante e funcional. Encaixes da carroceria e partes externas são bons. Alguns materiais aplicados no interior já denotam melhor qualidade, mas ainda impera a simplicidade. A qualidade sonora do aparelho multi-mídia é medíocre, mas ele oferece recursos como controle satélite atrás do volante, BlueTooth, tela sensível ao toque, GPS e porta USB. O GPS, apesar da tela grande, é o pior que já usei. Suas funcionalidades não são intuitivas e são diferentes das adotadas pelos líderes do mercado (de GPSs).

Logan Painel

Dispositivos incorporados ao carro são convenientes, como alarme sonoro para luzes acessas, sensor de posição traseiro, luz no porta-luvas e porta-malas, alavancas internas de abertura do tanque e do porta-malas, travas elétricas nas portas e vidros elétricos nas portas-dianteiras. O banco traseiro rebate, aumentando o espaço para carga, mas não é bi-partido.

O controle dos retrovisores externos é manual (alavancas). O enorme porta-malas, de fácil acesso, é o ponto alto do carro, o que o torna uma escolha conveniente para quem viaja com muita bagagem.

O computador de bordo, de muitas funções, é muito útil, preciso e tem visual agradável, bem incorporado no painel. Há um indicador eletrônico de trocas de marchas no painel, para ajudar a reduzir o consumo. O nível de ruído, para a categoria e preço é alto, mas e a vida a bordo é fácil. As portas são grandes e abrem em ângulos perto dos 90 graus, dando bom acesso ao interior. O tecido dos bancos tem aparência pobre, mas o desenho dos bancos dianteiros é bom, segurando bem o corpo. O espaço para as pernas no banco de trás é muito bom. O pneu estepe é acessível por dentro do carro, o que diminui a chance de ser roubado.

Um carro que deve deixar os concorrentes preocupados. Se nas versões anteriores o Logan era só uma compra racional, agora já tem aparência para ser comprado também emocionalmente.

Pontos fortes – O desenho da carroceria desta versão 2017 está bem bacana, com ar agressivo no exterior e harmônico no interior (uma enorme evolução se compara às versões anteriores). Ótimo espaço interno e boa relação custo benefício. Garantia de três anos. Robustez mecânica. Porta-malas enorme. Faróis eficientes. Reconhecimento do mercado. Baixo consumo.

Pontos fracos – Motor “borrachudo” (mas compatível com a proposta do carro). Nível de ruído rodando na estrada. Alguns materiais ainda denotam baixa qualidade e a alardeada multi-mídia é decepcionante.