Na direção – A direção hidráulica do Logan é mais pesada do que os carros do segmento, mas segue a linha da Renault e tem as mesmas características dos Sandero Stepway 1.6 e 1.0 que avaliei aqui no BLOG. A pega do volante é boa. A direção, além de ser bem direta, transmite pouco as irregularidades do solo e é ajudada pelo bom acerto da suspensão, ou seja, não dá solavancos ou barulhos. A posição de dirigir é boa, bem elevada, com regulagem de altura do banco do motorista e de inclinação na coluna de direção. O rodar é silencioso, seguro e agradável, mesmo em pisos irregulares.
Do motor e câmbio – O motor de quatro cilindros, 1.6 flex, decepciona, pode ser bem ouvido de dentro da cabine, mesmo em baixas rotações. O câmbio manual de cinco marchas não consegue tirar a sensação de “buracos” entre as marchas e o Logan custa a embalar. O trambulador, mais preciso que o do Sandero 1.0 (2015), já não requer atenção nas trocas de marchas esticadas. Manter o motor “cheio” é fundamental para não se experimentar a sensação de falta de força nas rotações mais baixas, pois a resposta é “borrachuda”.
Para o uso familiar, o Logan se encaixa muito bem, mas a proposta de baixo custo do seu lançamento ficou para trás. Já a robustez e o conforto do carro compensam. Queimando mistura de etanol /gasolina (em carro alugado não sei a proporção que estava no tanque) e no trânsito de Brasília, a média de consumo ficou perto de 13 km/l, excelente para o porte, categoria e proposta do carro.
Da suspensão e do chassis – A suspensão é bastante firme e ágil, sem ser desconfortável, passa uma sensação de segurança e robustez acima da média do segmento. Aos 14 mil quilômetros rodados na mão de muitos motoristas (carro de locadora), ela ainda está em ótimo estado e não há ruídos dentro do carro.
Do acabamento e conforto – O acabamento é muito simples, mas com o visual interior bastante melhorado, se comparado às versões anteriores do Logan e do Sandero, agora está mais elegante e funcional. Encaixes da carroceria e partes externas são bons. Alguns materiais aplicados no interior já denotam melhor qualidade, mas ainda impera a simplicidade. A qualidade sonora do aparelho multi-mídia é medíocre, mas ele oferece recursos como controle satélite atrás do volante, BlueTooth, tela sensível ao toque, GPS e porta USB. O GPS, apesar da tela grande, é o pior que já usei. Suas funcionalidades não são intuitivas e são diferentes das adotadas pelos líderes do mercado (de GPSs).
Dispositivos incorporados ao carro são convenientes, como alarme sonoro para luzes acessas, sensor de posição traseiro, luz no porta-luvas e porta-malas, alavancas internas de abertura do tanque e do porta-malas, travas elétricas nas portas e vidros elétricos nas portas-dianteiras. O banco traseiro rebate, aumentando o espaço para carga, mas não é bi-partido.
O controle dos retrovisores externos é manual (alavancas). O enorme porta-malas, de fácil acesso, é o ponto alto do carro, o que o torna uma escolha conveniente para quem viaja com muita bagagem.
O computador de bordo, de muitas funções, é muito útil, preciso e tem visual agradável, bem incorporado no painel. Há um indicador eletrônico de trocas de marchas no painel, para ajudar a reduzir o consumo. O nível de ruído, para a categoria e preço é alto, mas e a vida a bordo é fácil. As portas são grandes e abrem em ângulos perto dos 90 graus, dando bom acesso ao interior. O tecido dos bancos tem aparência pobre, mas o desenho dos bancos dianteiros é bom, segurando bem o corpo. O espaço para as pernas no banco de trás é muito bom. O pneu estepe é acessível por dentro do carro, o que diminui a chance de ser roubado.
Um carro que deve deixar os concorrentes preocupados. Se nas versões anteriores o Logan era só uma compra racional, agora já tem aparência para ser comprado também emocionalmente.
Pontos fortes – O desenho da carroceria desta versão 2017 está bem bacana, com ar agressivo no exterior e harmônico no interior (uma enorme evolução se compara às versões anteriores). Ótimo espaço interno e boa relação custo benefício. Garantia de três anos. Robustez mecânica. Porta-malas enorme. Faróis eficientes. Reconhecimento do mercado. Baixo consumo.
Pontos fracos – Motor “borrachudo” (mas compatível com a proposta do carro). Nível de ruído rodando na estrada. Alguns materiais ainda denotam baixa qualidade e a alardeada multi-mídia é decepcionante.