Já passei dos 1000 km rodando com o Jeep Compass 2014 e, como tinha prometido, decidi publicar um comparativo entre ele e o Suzuki Gran Vitara (manual), com o qual rodei mais de 40 mil km.

Como o Grand Vitara 2014 tem apenas diferenças estéticas com relação ao 2011, a comparação ainda é válida para quem está pensando em comprar um dos dois zero km, ou um usado.

1. Motor – ambos são 4 cilindros, 2.0. O Jeep com 156 HP, e o Vitara 140 HP, ambos com torque na casa dos 19 kgfm. Os dois consomem apenas gasolina. Nota 9 pro Jeep e oito pro Vitara.
2. Câmbio – o CVT do Jeep, com trocas manuais em seis marchas pré-determinadas, é surpreendentemente bom. Por ter variação contínua, tem relações muito curtas no início e bem longas no final (a 100 km/h o motor roda a 2000 rpm, no Vitara, a 100 km/h e em quinta o motor está rodando a 3000 rpm). O câmbio do Suzuki é muito bom, com cinco marchas bem escalonadas, mas apresenta uma certa dificuldade de engatar a primeira e a ré em determinadas situações. Característica considerada normal pelas concessionárias. Nota 9 para o Jeep e nota 8 para o Vitara. Se o comparativo fosse com o Vitara automático (de 4 marchas) a nota cairia para 6, pois o câmbio é incompatível com o motor e o peso do carro.
3. Conjunto motor/câmbio/peso. Casamento perfeito no Jeep automático, muito bom no Vitara mecânico e sofrível no Vitara automático. Como o Jeep é bem mais leve, o conjunto motor câmbio é ajudado. Notas 10, 9 e 6, respectivamente.
4. Economia de combustível – O Suzuki é mais econômico, o Jeep apresenta melhor desempenho. Na cidade o Jeep faz entre 7 e 8 km/l, já o VITARA vai de 8 a 10 km/l. Na estrada o Jeep faz com dificuldade 11 km/l, já o Vitara mecânico supera fácil dos 12 km/l. Nota 8 pro Jeep e 10 pro Vitara mecânico e 9 pro automático.
5. Design e carroceria – Ambas são bem acabadas, com pequena vantagem (para meu gosto) para o Vitara, com seu desenho clássico e impessoal. No Vitara as folgas entre as peças são pequenas, trazendo a impressão de acurácia na fabricação e na montagem. O Jeep é mais bruto, com peças grandes e muitas curvas. Não agrada a todos. Já a pintura perolizada do Jeep é muito bem feita, superior à do Vitara. Estruturalmente, entretanto, o Jeep é mais sólido, sofre menos influência das cargas torcionais. Equilíbrio, nota 9 para ambos.
6. Espaço interno – na dianteira os dois se equivalem, mas no banco traseiro o Vitara leva vantagem, por conta do dispensável porta-copos do Jeep que dá seguimento ao console central. No porta-malas o Jeep leva vantagem, com mais de 80 litros de vantagem, já o estepe fica sob a bagagem. No VITARA ele fica de fora. Mais um equilíbrio, nota 9 para ambos.
7. Acabamento interno – neste aspecto o Jeep leva clara vantagem, apesar dos bons materiais e encaixes do Suzuki. No Jeep os materiais são de qualidade superior, tem montagem perfeita, são harmoniosos e discretos. Nota 9 no Jeep e 7 no Vitara.
8. Som – o som do Jeep, equipado com DVD (sem tela) e quatro alto-falantes de alta performance e seis discos, tem acesso via USB e PS2 é muito superior ao do Vitara, que tem quatro alto-falantes de normais e seis discos, tem acesso apenas via PS2. O Jeep ainda conta com Blue Tooth e sistema de comando por voz. Nota 9 para o Jeep e 7 para o Vitara.
9. Pneus e rodas – as rodas de aro 18 com pneus Continental do Jeep são bem superiores às rodas 17 com os inseguros pneus Bridgestone do Suzuki. Nota 9 pro Jeep e 6 pro Vitara.
10. Estabilidade e dinâmica – os dois tem ótima estabilidade direcional, mas o Jeep é muito superior nas curvas. O Vitara é superior à maioria dos outros SUVs / crossovers, mas o Jeep se enquadraria num nível de estabilidade e dinâmica de um sedã com tendência esportiva. Uma ressalva à tração dianteira do Jeep, que, para meu gosto, perde para a traseira do Suzuki. Nota 9 pro Jeep e 8 para o Vitara.
11. Vida a bordo – Apesar do silêncio do Vitara, bem melhor que seus concorrentes diretos, ele perde para o Jeep, onde o isolamento acústico é surpreendente, graças, segundo a fábrica, à adoção de um para-brisas especial que atenuam ruídos do motor e do vento. A suspensão do Jeep é dura , mas não desconfortável. No Vitara o conforto é maior, mas há mais rolagem da carroceria nas curvas. No Jeep, detalhes como a lanterna de led destacável no porta-malas, a bússola digital e a iluminação nos porta-copos do console, dão ao carro um charme especial. Nota 10 para o Jeep e 8 para o Suzuki.
12. Status e preço – Jeep custa cerca de R$ 90 mil. O Suzuki mecânico R$ 78 mil e o Vitara automático R$ 84 mil. Todos 4×2. Em termos de status, o Jeep surpreende, pelo desenho diferenciado (não agrada a todos, mas chama a atenção sem exceções). O desenho da carroceria é interessante e imponente, aparentando ser maior do realmente é. Remete às frentes dos Cherokees (queridinhos do mercado brasileiro). Por outro lado, não há a opção de câmbio manual no Jeep trazido para o Brasil. Empate técnico, nota 8 para ambos.

Tabelando…