As curvas perigosas do Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro.

O tema é debatido há décadas, muitas tentativas de solução foram tentadas (há mais uma em curso), mas todas focaram na qualidade do revestimento da pista, mas o asfalto é apenas uma parte menor do problema.

A qualidade do asfalto adotado em nossas ruas é notoriamente baixa e de curta durabilidade. Nas pistas do Aterro do Flamengo não é diferente, mas qual a razão de só lá os acidentes serem muito mais frequentes que em outras vias expressas? A razão principal está no projeto (equivocado) das curvas.

A prática da boa engenharia diz que curvas em vias expressas (com velocidades permitidas altas) devem ter raios grandes e super elevação. As curvas do Aterro têm raios grandes (corretos), mas tem flagrante (e perigosa) sub-elevação.

Veja as figuras explicativas:

No Aterro TODAS AS CURVAS são sub-elevadas, num erro de projeto e/ou execução da obra original.

Como resultado, os veículos são “empurrados” para o lado externo das curvas (ação da força centrípeta) e derrapam, mesmo com o asfalto novo, causando os acidentes. Esta inclinação negativa também afeta a força normal, com efeito direto na redução do atrito (pneu/asfalto), contribuindo ainda mais para a insegurança da via. Se estiver chovendo, o problema se agrava.

Não dá para ignorar, a imprudência dos motoristas também contribui para o resultado trágico!

O Aterro tem solução?

Sim, uma grande obra que mude a inclinação das pistas para a neutralidade ou para a super elevação resolveria o problema, o qual já se arrasta há décadas.