Como disse no final do post anterior, esta decisão pode ser de cunho ambiental (a comparação era entre gasolina e etanol), mas pode ter um viés econômico também.
Se pensarmos no ecologicamente correto etanol e quisermos comparar com o elétrico, no Brasil há motivos para pensar na opção elétrica. É bom saber:
- é sabido que a matriz de geração elétrica no Brasil é majoritariamente formada por hidroelétricas.
- é possível comprar uma cota de uma fazenda de aerogeradores ou foto-voltáica e “injetar” na rede pública a sua cota de energia, que poderá ser consumida em sua casa, carregando seu carro.
- para quem tem muito espaço, é possível instalar placas foto-voltáicas ou um aerogerador pequeno em sua propriedade, carregando diretamente o seu carro (ou injetando na rede, para “retirar” a energia em outro ponto, para carregar seu carro). Pode ser o caso de quem tem um sítio no interior e usa um carro elétrico na cidade.
Nestes dois casos, o carro elétrico terá emissão zero nos seus deslocamentos e emissão zero na geração da energia consumida. Apesar de neutralizar o gasto com os kWh consumidos, o investimento inicial terá que ser amortizado ao longo do tempo.
Para quem não tem (ou não quer) estas opções, o uso da energia elétrica residencial é possível e simples. Neste caso o carro elétrico terá emissão zero nos seus deslocamentos e emissão de gás carbônico (CO2) associada à geração da energia a ser consumida no carregamento das baterias (o uso das geradoras térmicas, a diesel ou gás natural, é frequente em tempos de seca e de reservatórios baixos nas hidroelétricas).
Olhando apenas o lado econômico, vamos usar como exemplo o cenário de Julho de 2022 no Rio de Janeiro, compararando um FIAT 500 Sport MultiAir Flex 2014 (vários posts publicados neste blog) e o FIAT 500e 2022, que está sendo vendido no Brasil.
O 500 Flex faz média de 6,9 km/l de etanol na cidade. O litro do etanol está custando R$ 4,89, desta forma, o km rodado com etanol custa em média R$ 1,41. A autonomia é de 276 km com etanol (tanque de 40 litros).
Já o 500e faz uma média de 14 kWh / 100 km. Com o kWh custando R$ 1,022 na cidade do Rio (concessionária Light), o custo do km rodado com energia elétrica é R$ 0,14. A autonomia é de 320 quilômetros.
O número impressiona mesmo, algo como um décimo do custo!
Para quem não tinha ideia desta diferença e ficou empolgado para comprar um carro elétrico, vale lembrar que há muitos outros fatores a considerar, que serão tema de outro post em breve, mas como já disse aqui, quando publiquei o post do Tesla Model3 (que dirigi no Canadá), os elétricos são uma tendência irreversível… e sensacional!
Meus agradecimentos ao engenheiro eletricista Flávio Ribeiro, que me ajudou no entendimento das questões elétricas deste post.