Desde que a Ford lançou o Ka com motor de três cilindros tinha a curiosidade de dirigir um. Finalmente chegou a oportunidade e a experiência foi muito rica, para o bem e para o mal.
O Ka assume bem o papel de carro urbano, bem simples e de baixo preço (há controvérsias neste ponto). Ele não tem mais o charme da primeira geração, mas passou a ocupar espaço de seus atuais concorrentes (Uno, Mobi, Up, Gol, Onix, etc).
Ao entrar, surpreendem positivamente o espaço interno e o painel bem equipado (para a categoria). Sentar na posição do motorista, entretanto, é estranho, pois o banco é baixo e não há regulagem de altura. A pega do volante também é desconfortável, muito grossa, ainda que haja uma tentativa de um formato mais ergonômico. Já no banco traseiro vem a surpresa positiva de ótimo espaço para as pernas. Os materiais têm aparência simples, mas os encaixes são bem feitos. O tecido dos bancos é simples e tem textura desagradável, mas seguram bem o motorista. O ar condicionado funciona bem e a direção é leve, precisa e direta.
O melhor do Ka (e o pior) vem andando com ele. O motorzinho surpreende e movimenta bem o carro, retoma bem a velocidade e não requer trocas frequentes de marchas. O silêncio a bordo também impressiona para um carro desta categoria. Na estrada o conforto é bem superior aos seus concorrentes históricos mais diretos que já avaliei aqui no Blog (Uno 1.0, Palio 1.0 e Gol 1.0).
A economia é outro destaque, no trânsito de Brasília e nas estradas no seu entorno, o Ka fez a louvável marca de 12,7 km/l de etanol, sempre rodando com o ar condicionado ligado e com dois passageiros e pouca bagagem!
Há que se ter parcimônia com as bagagens, o porta-malas é muito pequeno! Já o banco traseiro é bi-partido (1/3 – 2/3), o que dá flexibilidade de levar mais bagagens e há ancoragem Isofix para cadeirinhas infantis.
O Ka estava com pouco mais de 11 mil km quando iniciei o teste e ao rodar percebi um ruído no motor, que no começo só se dava ao acelerar mais intensamente (numa ladeira, por exemplo) e depois acabou se apresentando em todas as condições, inclusive com o carro em ponto-morto. Fiquei com medo de ficar na rua e devolvi o carro na locadora. Não tenho um diagnóstico preciso, mas o barulho parecia vindo do comando de válvulas, talvez por falta de óleo (erro de manutenção da locadora).
Fiquei, apesar disto, com boa impressão do Ka. Vou apurar no mercado se a situação que presenciei com o motor é um fato isolado, ou se é um problema recorrente deste modelo.