Vários leitores tem perguntado sobre o Tiggo automático, um leitor, que já tinha me consultado em 2013, escreveu:
“…perguntei-lhe sobre o Chery Tiggo automático que estava sendo lançado. Mas, como era lançamento entendo que não foi oportuna minha pergunta. Mas hoje quem sabe? Assim, volto a perguntar-lhe? É bom carro? Vale apena sua compra? Ou a mesma seria um grande mico? Você se importaria em fazer algumas considerações sobre o mesmo?…”
Tiggo 2015 – Foto promocional da Chery
Antônio, depois da sua pergunta, aliada às de outros leitores, resolvi pedir à Chery a oportunidade de fazer um rápido test drive num Tiggo automático. A resposta foi: “…Infelizmente a Chery não dispõe de carros para teste. Por isso, não poderemos atender ao seu pedido….”.
Com a Chery fazendo propaganda para potenciais clientes, convidando-os a fazer test drives em suas concessionárias, creio que a Chery tem medo de expor seu Tiggo à minha avaliação séria e independente.
Para não deixar você e os demais leitores sem resposta, comento:
Não gosto da combinação carro pesado, motor pequeno e câmbio automático de quatro marchas. É uma receita quase certa para se ter um carro chato de dirigir. Renault Duster e Suzuki Grand Vitara adotaram soluções iguais e viram o mercado reagir negativamente ao conjunto.
Para quem vai andar predominantemente na cidade, o conjunto não vai incomodar muito, o motor 2.0 gera (dados da fábrica) 138 HP (a quase 6000 rpm) e torque de 18 kgfm (que só aparece aos 4300 rpm), que aliado ao câmbio de poucas opções deve deixar este crossover lento nas respostas ao acelerador.
O acabamento continua sendo um ponto fraco, vários materiais do interior tem aparência pobre e oferecem sensação tátil desagradável. Por outro lado, o pacote de acessórios é grande e o crossover tem garantia de cinco anos. A pequena rede de concessionárias é outro ponto negativo, mas o preço (em torno de R$ 59 mil para a versão 2014-2015) é atraente.
Mais um ponto a atentar é a quantidade de Tiggos 0 km (2014-2014 e 2014-2015) ainda a venda no mercado, prenúncio de que a Chery tem dificuldade de vendê-los. Reflexo disto é a grande desvalorização dos modelos usados.
O desenho da carroceria é interessante e tem acabamento razoável, é uma cópia dos Toyotas RAV4 do início dos anos 2000 (veja as fotos…). O espaço interno é bom e o porta-malas espaçoso.
Pelo preço que custa e equipamentos que tem, o Tiggo automático acaba atraindo compradores, que teriam o Renault Duster e o Ford Ecosport, com motores 1.6 e câmbio manual, com pacotes de acessórios básicos, como opções na mesma faixa de preço. Estes dois terão melhor preço de revenda e redes de assistência técnica grandes.
Eu não apostaria no Tiggo.