Avaliação final, Mercedes Benz, diesel, 4 cilindros 7 marchas automática.

Depois de rodar cerca de 4 mil quilômetros com esta station wagon da Mercedes Benz, reforcei alguns pontos de vista que tinha colocado no post do início da viagem.

Esta “perua” da Mercedes Benz, Classe E, 2014, com motor diesel de apenas 136 HP, dotado de câmbio automático de 7 marchas, não chega a empolgar, para um carro que custa cerca de 50 mil Euros na Itália. Mas as muitas qualidade fazem dela um “conjunto harmonioso e seguro”.

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O motor diesel aspirado responde bem ao acelerador e é ajudado pelo rápido câmbio de 7 marchas. As relações são bem longas e a SW anda a 130 km/h girando a meros 2.000 rpm. Neste diesel, a faixa vermelha começa a apenas 4.300 rpm. Há boa disponibilidade de torque em quase todas as situações, mas na opção ECO, que deixa o carro incrivelmente econômico, deixa as respostas meio lentas ao acelerador.

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Ao desligá-la vem a surpresa agradável, a “banheira” de 4,95 metros de comprimento responde rápido, sem perder o silêncio e o conforto. A suspensão é outro ponto de destaque, nunca tinha dirigido um carro tão silencioso ao rodar em pisos de paralelepípedos.

No asfalto, viajando a 150 km/h, não é necessário alterar o volume do ótimo sistema de som “by Harman”. O silêncio impera!

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Nem tudo é perfeito na dinâmica do carro, os ventos laterais balançam a carroceria mais que na maioria dos carros. Durante uma ventahia, observei a reação de outros carros, a MB balançava mais que todos.

O GPS no painel, com tela grande e controlado por joinstick no console é bem útil, mas perde em funcionalidade para os Garmin. Luzes de led, controle do ar condicionado digital e bi-zone, espelhos interno e externo foto-cromáticos, sensores de pontos cegos e de proximidade (frente e traseira) e faróis de xenon completam o pacote tecnológico. O banco do motorista dotado de múltiplos controles elétricos é bem confortável e conveniente para longas viagens (ajuste de lombar faz toda a diferença).

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A alavanca de controle do câmbio na coluna de direção requer tempo para se acostumar com ela, além de ser extremamente sensível e requerer atenção para ser operada. Já as borboletas para controle manual do câmbio (atrás do volante) são bem posicionadas e permitem trocas rápidas e precisas.

O acabamento é primoroso, com encaixes perfeitos e materiais de boa qualidade. O tecido dos bancos e o couro do volante se assemelham ao do Jeep Compass. No banco traseiro há bom espaço para dois passageiros, o terceiro, que viaja no centro, tem conforto limitado, pelo formato do banco e pelo console central.

O porta-malas surpreende, usando o espaço do estepe (que não existe) foi possível acomodar até o teto quatro malas grandes e quatro malas de bordo, um fenômeno! Um carro para a família. Um sistema pneumático regula a altura da suspensão traseira na medida que se carrega o carro, garantia de neutralidade dinâmica.

A perua tem bom espaço interno, muita segurança, economia de combustível e conforto (para quatro). Ao longo do percurso de cerca de 4000 km, a MB fez mais de 17 km/l de diesel (que na Itália custa cerca de EU$ 1,20 por litro), ótima marca para um carro que rodou quase o tempo todo lotado de pessoas e cargas e em velocidade de cruzeiro ajustada acima dos 130 km/h.

Mesmo na Europa, com tantos Mercedes e BMWs nas ruas, a “perua” chama a atenção, sendo sempre admirada em estacionamentos e paradas. Quase todas as soluções são conservadoras, como rodas de 16″, forração em tecido e rodas de liga leve.

Pontos fortes: Segurança, economia, silêncio, acabamento e status.

Pontos fracos: Sensibilidade aos ventos laterais, espaço para o quinto passageiro, falta dos faróis de neblina, posição dos “bigodes” próximos ao volante, ruído elevado do limpador traseiro.