Já publiquei uma avaliação neste BLOG quando meu Fiat 500 passou dos 2.500 km. Agora atualizo a avaliação com ele ultrapassando os 10.000 km.
km inicial do teste – 0 km
km rodados – mais de 10.500 km
Cenário de teste – Cidade (ruas e vias expressas). Estradas no Rio de Janeiro.
Foto da The One Car
Na direção – A direção elétrica é leve, mas pode ser endurecida ao ser selecionado o modo de direção Sport, que afeta não só o “peso” da direção como o ajuste de troca de marchas do câmbio automático. Com o aumento da quilometragem, alguns ruídos no sistema de direção (estalos ao esterçar) ficaram mais flagrantes. A suspensão transmite bastante as irregularidades do solo, fato esperado por conta dos pneus de perfil baixo (45). A posição de dirigir é muito boa, bem elevada, com regulagem de altura do banco do motorista, além de regulagens do ângulo do acento, mas sem regulagem do apoio lombar. Os bancos são esportivos e seguram bem motorista e passageiro na dianteira. Mesmo em pisos lisos, o rodar é áspero, mas silencioso, compatível com a designação Sport desta versão. No asfalto liso o 500 encontra o seu habitat! Há muitos mimos eletrônicos, do sistema de som premium ao painel digital customizável de acordo com o gosto do motorista. Apesar de pequeno, o 500 não se deixa abalar pelos ventos laterais, nem em altas velocidades.
Foto promocional da FIAT
Do motor e câmbio – O motor MultiAir Flex, de quatro cilindros, de 1,4 litros, é excelente, ronca forte quando provocado. O câmbio automático de seis marchas é ótimo e incorporou uma série de características de deixam o carro gostoso de dirigir. Não existem os “buracos” comuns dos câmbios de quatro marchas, há sempre uma apropriada para o seu momento e modo de condução. As respostas ao acelerador são mais rápidas que na maioria dos carros e o sistema “interpreta” as suas reações e prepara a melhor alternativa para condição de carga e velocidade. Brilhante! No uso em modo Sport e “roçando carpete”, o câmbio automático faz bem seu papel, deixando o motor encher (e urrar), mas as trocas de marchas ainda assim são suaves e rápidas. Para o tamanho do carro, o 500 é pesado, mas o conjunto dá conta do recado e torna o carrinho um brinquedo de gente grande que gosta de dirigir. Nas descidas de serra, o câmbio procura a marcha mais adequada, para fazer o “frio motor” sem deixar o motor berrando. Controle de tração e ABS complementam o bom acerto para quem quer uma tocada mais rápida “sem sair da trilha”.
Foto da Auto Trader
Da suspensão e do chassis – A suspensão é bastante firme e ágil, mas não foi feita para a buraqueira das nossas cidades. Está bem melhor nesta versão mexicana que na anterior polonesa, mas ainda se recente dos nossos buracos, aos 10.000 km está integra, mas mostra que não foi feita para a buraqueira do Rio. Nos buracos, os solavancos são duros, mas perfeitamente coerentes com a proposta esportiva do carro. Rodando na cidade, mesmo pequenos buracos podem ser sentidos sem nenhuma sutileza. Os largos pneus da Continental, de perfil esportivo e montados em lindas rodas de aro 16”, são excelentes e coerentes com esportividade proposta para o carro. Resistiram até agora sem reclamar.
Do acabamento e conforto – O acabamento é muito bem cuidado, com visual interior marcante e inovador. Os materiais são de ótima qualidade, o som é muito bom, o nível de ruído é relativamente baixo e a vida a bordo é fácil (para quem vai na frente). As portas são grandes. O couro dos bancos tem boa aparência e tato agradável, ainda que não seja dos mais macios. O espaço para as pernas no banco de trás é pequeno, mas não há surpresa num carro deste tamanho. Há muitos confortos incomuns mesmo em carros bem mais caros. O controle digital para o ar condicionado, o computador de bordo, o termômetro de temperatura externa, o controle do sistema multimídia no volante, o sistema de comando por voz e interface com o celular são destaques. O barulho de algumas partes do interior, quando rodando nos pisos irregulares, incomoda e denota a origem norte-americana do carrinho.
Pontos fortes – Ótimo conjunto motor/câmbio. Ótima estabilidade direcional. Ótimo acabamento. Ótima posição de dirigir. Ótimo acabamento. Beleza do conjunto e cuidado com os detalhes, internos e externos. Charmoso e gostoso de dirigir. Muito econômico. Ótima relação custo/benefício. O conjunto resiste bem à buraqueira das nossas ruas e estradas.
Pontos fracos – Faróis altos pouco eficientes. O teto solar aberto fica barulhento quando o carro é usado em velocidades superiores a 70 km/h. O sun-shade do teto solar é “furadinho” o que permite passar a luz solar, “esquentando” a cabeça de que vai nos bancos da frente. Os tapetes amovíveis são opcionais (num carro de quase R$ 60 mil, esta é uma economia inaceitável). Sistema de controle de lanternas e faróis é configurável, mas as opções são fora dos padrões usuais brasileiros. Banco do passageiro é muito alto e não tem regulagem de altura. Não é possível estacionar o carro e deixar o câmbio em neutro (N).
Foto promocional da FIAT – Controle elétrico do teto solar.