Estou restaurando um Opala 1978, 4 cilindros, de 2,5 litros. Este motor tem apenas 90 HP (SAE) e leva um carro que pode ser considerado grande.

O Vitor, que aprendeu a dirigir num pequeno Celta, com motor 1.0 e 70 HP (DIN), imaginou que o Opalão fosse uma tartaruga (pequena potência e grande tamanho do carro) e se surpreendeu ao dirigí-lo. “Como anda bem…” comentou ele. Qual é a mágica?

Respondi a ele que não há mágica e sim características diferentes. O velho 2.5 tem 90 HP, a 4800 rpm. Já o 1.0 do Celta, tem 70 HP a 6400 rpm. Por outro lado, o torque do 2.5 é 18,5 kgfm a 2600 rpm. Já o do Celta tem 8,8 kgfm a 3200 rpm. Ou seja, o motor do Opala gira menos e não gera números expressivos de potência (função direta da rotação), mas conta com um torque generoso (mais do dobro do que tem o motor do Celta), que aparece desde as baixas rotações.

No uso diário, o torque abundante (que acorda cedo) faz o Opalão se movimentar com desenvoltura. Já o Celta, para mostrar desempenho, precisa ser mantido cheio, na faixa próxima a 4000 rpm.