Sandero Stepway 2011 – Avaliação Final

Esta é uma reavaliação, com caráter de avaliação final, pois vendi o carro esta semana com 29.800 km rodados. A avaliação anterior (assim como a primeira) está publicada no meu BLOG antigo, em (http://carrosemduvida.blogspot.com.br/2012/03/renault-sandero-stepway-16-16v-2010.html).

Km inicial do teste – 0 km
Km rodados – mais de 29.800 km
Local do teste – Rio de Janeiro, Out/2010 a Set/2013
Cenário de teste – ruas, vias expressas e estradas do Rio de Janeiro.
 
Na direção – A direção hidráulica continua pesada, mas bem direta. Não transmite as irregularidades do solo. Apesar do uso, a sensação de segurança em retas e curvas está preservada. A posição de dirigir é boa, bem elevada, com regulagem de altura do banco do motorista, não houve desgaste significativo de bancos, forração e mecanismos de ajuste. O rodar já não está tão agradável, pois o nível de ruído aumentou muito, aparentemente por conta do desgaste dos pneus, mas o nível de ruído ainda é coerente com um carro “aventureiro”. Em trechos de terra, a grande distância do solo e o bom curso da suspensão favorecem aos que pretendem se aventurar num “fora de estrada light” (o uso nestas condições vou raríssimo). A buraqueira das nossas ruas no dia a dia não afetou o funcionamento e o nível de ruído da suspensão.
 
Do motor e câmbio – O quatro cilindros, de 1.6 litros, vibra pouco, mas não empolga, é “opaco”, transmite a sensação de que é acanhado para o peso do carro. Houve melhora depois da revisão de 10.000 km, mas ainda fica aquém do esperado. O câmbio curto ajuda no desempenho, mas para isto é preciso pisar fundo no acelerador, nesta condição o motor se anima e o carro anda bem. O Stepway tem curso de embreagem muito longo e “pega alta” (você tira o pé e o carro não se desloca), o que requer algum tempo para se adaptar. O consumo também melhorou depois da revisão de 10.000 e se manteve estável depois da de 20.000.
 
Da suspensão e do chassis – A suspensão de curso longo é bastante firme e ágil, sem ser desconfortável, coerente com a proposta do carro. Absorve surpreendentemente bem as irregularidades. A sensação é de robustez, confirmada pela manutenção de características mesmo com mais de 29.000 de exposição à buraqueira do Rio de Janeiro. A dirigibilidade como um todo não foi comprometida com a elevação da suspensão, característica desta versão, a menos dos momentos de aceleração plena, quando a frente levanta e o Sandero “passarinha”. Nas subidas de ladeira a característica se agrava e chega a incomodar.
 
Do acabamento e conforto – O acabamento interno é muito simples e mal cuidado, há rebarbas nos plásticos e encaixes desalinhados, está abaixo de seus pares. Os materiais são de qualidade duvidosa, o som original, apesar de muitas funcionalidades, é medíocre. Portas grandes e de bom ângulo de abertura, garantem bom acesso ao interior. Os projetistas faltaram às aulas de layout na faculdade. Os botões de acionamento dos vidros elétricos são mal posicionados (já mudaram de posição nas versão nova). O controle do ar-condicionado é muito mal colocado, assim como o dos retrovisores elétricos e das travas das portas (tudo errado), mesmo depois de tanto tempo de uso, é difícil achar os botões sem olhar. As molduras prateadas dos difusores de ar refletem nos vidros, atrapalhando a visão nos retrovisores. As luzes internas são vergonhosas, pequenas e junto ao pára-brisa, não iluminam bem o interior. Para procurar algo que caiu no banco traseiro à noite, é preciso uma lanterna. Por outro lado, o espaço no banco de trás é bom e o porta-malas espaçoso para um hatch. O computador de bordo é útil e tem se mostrado bastante preciso. O ar condicionado, mesmo depois da revisão de 10.000 km que identificou massa de gás abaixo do normal, manteve o desempenho fraco. Os bons pneus (da Continental) com esta quilometragem fazem muito barulho acima de 80 km/h, mas permanecem com pouco desgaste (muita forla das marcas TWI).
 
Pontos fortes – Suspensão firme e robusta. Projeto moderno garante ótima rigidez torsional e privilegiada relação volume/peso. Bom vão livre do solo e grande curso da suspensão. Bom espaço interno, acesso fácil. Preço competitivo do carro 0 km. Sensação de robustez ao guiar, confirmada com a quilometragem. Integridade de todos os componentes, mesmo depois de quase 30 mil km rodados. Boa aceitação no mercado de usados. Garantia de três anos.
 

Pontos fracos – Acabamento simplório (coerente com um básico de entrada, mas inadmissível num carro deste preço e proposta) e mal cuidado (incoerente com qualquer versão). Direção pesada nas manobras de estacionamento. Instabilidade direcional nas acelerações fortes, principalmente em subidas. O acelerador “borrachudo” requer atenção para que o carro tenha performance compatível com sua relação peso/potência. Iluminação da cabine e disposição dos comandos internos. Ruído interno muito alto acima de 80 km/h.

O que deu defeito? Muito poucas coisas deixaram de funcionar no Sandero aos 30 mil km, poderia citar: vibração na tampa da buzina (não resolvida na revisão de 20000 km), a bateria precisou ser trocada aos 25 mil km, dificuldade de religar o motor quando ainda estava quente (não resolvido na revisão de 20 mil km), ar condicionado com baixa performance (chegaram a me dizer que eu devia instalar filmes escuros nos vidros…), fixação da cordinha na tampa interna do porta malas (fica escapando toda hora).

Veredito final – Uma boa compra (robusto, confiável, espaçoso e bom de dirigir).