Peugeot 2008 Allure, ano 2022/2022, automático de 6 marchas, 1.6 flex.

O SUV de entrada da marca francesa decepciona ao abrir a porta. A versão que dirigi parece não estar mais disponível para 2023, pois esta não contava com painel central com multi-midia, não contava com nenhum comando no volante, não contava com regulagem de posição do volante, não contava com banco traseiro bipartido. Ufa…faltava muita coisa, para um carro que na versão 2023 custa a partir de 103 mil reais!

Entretanto, nem tudo é decepção no 2008, o câmbio automático de seis marchas tem trocas manuais na alavanca e indicador de marchas no painel, mesmo dirigindo em Drive. O volante é bem pequeno, é baixo com relação ao painel e tem boa empunhadura, permitindo direção bastante direta.

O espaço interno é bom, o porta-malas é espaçoso e o carro, com mais de 22 mil km rodados, ainda apresentava suspensão firme e rodar silencioso. Os comandos ao redor do volante são estranhos, mas deve ser uma questão de tempo para se habituar com eles.

Já o motor e o câmbio parecem inimigos…não conversam direito nas horas que o motorista precisa de respostas rápidas ao acelerador. Tudo acontece devagar, mesmo usando as trocas manuais, o motor só acorda com o pé no fundo, ao estilo kick-down dos antigos automáticos. Nas curvas fechadas das passagens de nível de Brasília, o 2008 mostra bom corportamento, sem muita inclinação da carroceria.

Não rodei muito para avaliar com precisão o consumo, mas pareceu que o 2008 tem este ajuste, para andar pouco e consumir pouco, o que é válido para uma versão que aparentemente foi feita para frotistas. Há outras versões de melhor acabamento e motorização (THP) que devem ser bem mais interessantes e divertidas de dirigir.

O desenho, ainda bonito e marcante, sofrerá de uma característica de muitos modelos da marca, a rápida obsolescência, perdendo o charme e o apelo visual muito rapidamente. Já o painel é simples, mas de fácil leitura, mas o console central, com acabamentos cromados, destoa do resto espartano do interior, e parece saído de um carro do fim da década de 1990…

Nesta versão, não compraria o 2008, a menos que custasse bem menos que a versão de entrada oferecida agora nas concessionárias. É caro para o que oferece. O leão não ruge e é sonolento…