Dirigi por dois dias o interessante Renault Duster, modelo Outdoor, com motor flex 1.6 16V, com câmbio de 5 marchas manual, na sua versão 2015.
Ele me lembrou muito o Sandero Stepway 2011 que já avaliei neste BLOG e no blog antigo (www.carrosemduvida.blogspot.com). Herda dele as muitas qualidades e os poucos defeitos.
O motor 1.6. rodando a álcool, leva fácil o SUV, mas só andei sozinho e com pouca bagagem. Com carro cheio, o pouco torque deve deixar o corpão do Duster mais lento que o Sandero, que é menor e mais leve. Já a suspensão é idêntica à do Stepway, muito competente ao lidar com os buracos e irregularidades das nossas ruas. Não chega a ser um offroad, mas não se acanhará em estradas de terra.
O acabamento continua sendo o ponto fraco. Já melhorou com relação ao Stepway de 2011, principalmente no painel, cujo módulo central, em preto piano, tem melhor aparência que o anterior. A qualidade do som continua deixando a desejar, mas nesta versão há comunicação Bluetooth e entrada USB, com comando satélite próximo ao volante. A qualidade dos materiais continua transmitindo a sensação de baixa qualidade, com encaixes imprecisos e rebarbas aparentes. O banco do motorista tem regulagem de altura, mas o mecanismo é impreciso.
Por outro lado, a carroceria é muito bem feita, com soldas e rigidez compatíveis com a proposta do carro. O espaço interno é excelente, quem viaja na frente tem com espaço para cabeça, braços e pernas. Quem vai atrás não se decepciona, a menos do passageiro central, que não conta com apoio de cabeça (item de segurança!). O porta-malas é enorme, com cobertura do tipo cortina.
As rodas de aro 16 com pneus de ombro alto, fazem um conjunto bonito e coerente com a proposta SUV / Crossover deste Duster. A direção hidráulica é bem direta, mas não é leve, mas é bem do jeito que eu gosto. Nesta versão Outdoor não há computador de bordo, nem regulagem de velocidade do limpador, tampouco controle elétrico dos retrovisores (são aquelas alavanquinhas…), mas há vidros elétricos nas quatro portas e regulagem de altura do volante.
Achei que o Duster apresenta uma boa relação custo/benefício, para aqueles que compra carros com o cérebro e não com os olhos (ele não é uma referência de beleza) ou o coração (não empolga em nada, mas tem muitas qualidades).
Como pontos fortes: bom espaço interno, porta-malas espaçoso, bom valor de revenda e garantia de três anos. Os pontos fracos são: acabamento de carro popular, controle do retrovisor direito por alavanca mecânica na porta direita e falta de um computador de bordo.
Para quem fizer um test-drive, vai se surpreender com o “conjunto da obra”.