Estas são as minhas primeiras impressões ao dirigir o Hyundai Genesis. Ele é vendido no Brasil, mas é raro de ser visto, pois é bem mais caro que os outros carros da marca, ficando atrás apenas do Equus, ainda mais raro ser visto (até hoje vi dois rodando, mais um na concessionária e um no Salão do Automóvel, quando foi lançado no Brasil).
O Genesis é quase uma mosca branca (difícil de se ver), mas foi uma grata surpresa ao volante, o que quebrou a minha primeira impressão negativa, por conta da decoração e do design da carroceria.
O uso em massa de plástico imitando madeira é terrível e dá um ar “fake” ao carro. A grade dianteira remete (no formato) aos Mercedes de alguns anos atrás, mas os elementos são grosseiros e a grade, apesar de bem acabada, acaba parecendo uma grelha de churrasqueira. A carroceria é grande, do tamanho de um MB E350 ou de uma BMW da série 5, mas o desenho confunde. Há elementos do MB e muitos da BMW, o resultado é um carro de gosto duvidoso.
Por outro lado, vários detalhes fazem do carro uma delícia de ser dirigido. O motor V6 e o câmbio de 8 marchas são os principais, mas há muitos detalhes legais, como a iluminação em LED, os muitos air-bags, o som perfeito, o rádio por satélite, os bancos de couro macio, os muitos porta-trecos, os bancos elétricos para motorista e passageiro, o retrovisor fotocrômico, o grande espaço interno, a partida com a chave no bolso e uma direção pesada em manobras e perfeitamente calibrada em movimento, são os destaques.
Mas quem faz a diferença mesmo é conjunto motor/câmbio. Me desafiei a descobrir se o carro vinha com o V6 ou V8, já que não há qualquer indicação externa. O barulho era de V6, mas o desempenho de V8. Depois de uns 100 km abri o cofre do motor e confirmei a presença de um V6, mas que tem alma de V8.
São 335 HP que empurram o sedã com apetite de carro esportivo. O câmbio de oito marchas, com trocas automáticas ou sequenciais beira à perfeição. Não há trancos, mesmos nas acelerações mais vertiginosas. O controle de tração é um ajudante para os distraídos, que se abusarem do acelerador com ele desligado, podem ficar com o caro patinando no mesmo lugar (ou rodando no meio de uma curva).
O Genenis é um carro caro e de gosto duvidoso, mas é uma grata surpresa para quem gosta de dirigir, seja rápido ou bem devagar, curtindo o conforto e o silêncio deste sedã coreano.
Quando terminar minha estada no Texas, publico uma avaliação mais completa.